Após críticas do STF, Gleisi tenta esclarecer fala sobre anistia
Após críticas do STF, Gleisi foi às redes esclarecer fala em que disse ser “plenamente defensável” debate sobre revisão de penas do 8/1
atualizado
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A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, se manifestou na manhã desta sexta-feira (11/4), após ser alvo de críticas de ministros do STF por uma declaração sua relacionada à anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro.
Gleisi usou as redes sociais para enfatizar que as eventuais revisões de penas dos condenados pelos atos golpistas podem até ser discutidas pelo Congresso e pela sociedade, mas que o ato em si cabe “única e exclusivamente” ao Supremo.
“Quero deixar claro que eventuais revisões de pena aos réus do 8 de Janeiro cabem única e exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal, que conduz os processos. Entendo sim que esse debate pode e deve ser feito na sociedade, inclusive no Congresso, como já vem acontecendo de fato, mas sem interferir na autonomia do Poder Judiciário. Reafirmo minha crítica ao PL da Anistia e seu substitutivo, que visam a impunidade de Bolsonaro e dos comandantes do golpe. São eles que manipulam a questão das penas para confundir a população e encobrir o objetivo de não pagar pelos crimes que cometeram contra a democracia”, escreveu Gleisi.
Em entrevista na noite da quinta-feira (10/4), Gleisi tinha dito considerar “plenamente defensável” a discussão sobre redução de penas a civis condenados pelo 8 de janeiro. A petista afirmou que esse pode ser um debate feito pelo Congresso Nacional.
A fala caiu mal no Supremo. Como noticiou a coluna, ao menos três ministros da Corte procuraram auxiliares de Lula para reclamar. Eles classificaram a fala como um “absurdo” e sinalizaram que a declaração poderia azedar a relação entre os poderes.
Um dos ministros do STF viu a fala de Gleisi avaliou que a posição da ministra poderia jogar no colo do governo uma eventual derrota política, caso a anistia não avance. Alguns magistrados prometeram procurar diretamente Lula para reclamar.