Cientistas descobrem novo tipo de gordura na barriga
Descoberta pode contribuir com a criação de novos tratamentos para pessoas com obesidade, que sofrem com resistência à insulina e inflamação
atualizado
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Um estudo realizado por pesquisadores israelenses identificou subtipos exclusivos de células de gordura no corpo humano que podem desempenhar um papel importante no combate à obesidade.
Eles acreditam que a descoberta pode proporcionar a criação de novos tratamentos para sintomas como inflamação ou resistência à insulina. A pesquisa foi publicada em 24 de janeiro, na revista científica Nature Genetics.
Para entender melhor esse novo tipo, os pesquisadores criaram um “atlas celular da gordura”, mapeando as diferentes células dentro do tecido adiposo. Eles utilizaram uma técnica conhecida como sequenciamento de RNA de núcleo único, que ajuda a perceber quais genes estão ativos.
Apesar de a maioria das células de gordura ter o papel principal de armazenar energia, os pesquisadores observaram que alguns tipos não convencionais desempenham outras funções.
Entre essas células estavam os adipócitos angiogênicos, que carregavam proteínas geralmente usadas para promover a formação de vasos sanguíneos; os adipócitos relacionados ao sistema imunológico, que produzem proteínas associadas às funções das células imunológicas; e os adipócitos da matriz extracelular, relacionados às proteínas de andaime, que ajudam a dar e às estruturas celulares.
Isso significa que todas essas células podem estar envolvidas na maneira como o tecido adiposo se remodela conforme o peso e o metabolismo variam. Caso o processo fique desregulado, isso pode causar mais inflamação e problemas de saúde.
Dentro da gordura visceral, a mais perigosa à saúde, as células incomuns parecem estar mais ligadas ao sistema imunológico, explicando o motivo pelo qual esse tipo de gordura é mais inflamatória e prejudicial ao organismo.
Um outro fato interessante do estudo é que as células não convencionais estão mais presentes na gordura visceral de pessoas com maior resistência à insulina. No entanto, os cientistas ainda não conseguiram determinar se isso é um fator que causa a resistência ou apenas está associado a ela.
Eles destacam que o estudo teve algumas limitações, como o número reduzido de amostras de células, coletadas de 15 pessoas. Mais estudos são necessários para desvendar se o novo tipo de célula causa doenças.
Caso seja comprovado, ele pode ajudar a combater processos inflamatórios ligados à obesidade e prever o risco de diabetes e outras doenças em pessoas com excesso de gordura visceral.
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