Inteligência artificial lê mamografias 20% melhor que médicos
Leitura dos exames feita por computador foi mais rápida e precisa do que a realizada por uma dupla de médicos radiologistas
atualizado
Compartilhar notícia

Uma inteligência artificial foi mais eficiente e mais rápida em detectar câncer de mama em exames do que uma dupla de médicos radiologistas, especialistas na leitura de mamografias, de acordo com um novo estudo. O levantamento foi publicado na revista especializada The Lancet Oncology nessa terça-feira (1º/8).
A pesquisa da Universidade de Lund, na Suécia, foi feita com exames de 80 mil mulheres entre 40 e 80 anos que tinham alto risco de câncer de mama por já terem manifestado a doença antes ou por histórico genético.
As mamografias foram divididas em dois grupos iguais: um foi analisado com a ajuda da inteligência artificial e revisado pelos médicos, e o outro foi examinado apenas por profissionais de radiologia.
As comparações de desempenho foram feitas entre 12 de abril de 2021 e 28 de julho de 2022. A triagem realizada com o apoio da inteligência artificial detectou 244 cânceres de mama, enquanto os exames que aram pelo processo padrão tiveram 203 identificações.
A inteligência artificial conseguiu detectar mais cânceres em estágio inicial: 60, em comparação com o protocolo padrão, que encontrou 38 casos.
“Descobrimos que o uso de IA resultou na detecção de 20% (41) mais cânceres na mamografia, sem considerar os falsos positivos, na mesma quantidade. Um falso positivo na triagem ocorre quando uma mulher é chamada de volta, mas a suspeita de câncer não se confirma após o exame”, explica a oncologista Kristina Lång, autora principal do estudo, ao site da universidade.

O maior benefício do programa computacional criado pelos pesquisadores, segundo os autores do artigo, foi ter economizado 44% do tempo de trabalho dos médicos para detectar o câncer, o que pode acelerar o processo.
O futuro da mamografia será com IA?
A pesquisa agora prevê uma segunda etapa em que serão avaliados 100 mil participantes com dois anos de acompanhamento da inteligência artificial na mamografia para saber se será possível utilizá-la dentro do sistema de saúde. Os pesquisadores avaliarão o desempenho da IA com exames feitos em equipamentos diferentes, o que não foi feito na primeira etapa, e em centros de saúde diferentes.
“O importante é encontrar um método capaz de identificar cânceres clinicamente significativos em um estágio inicial. Os resultados de nossa primeira análise mostram que a triagem com auxílio de IA é segura, manteve a detecção, até a melhorou, e economizou tempo, mas é apenas uma etapa de sua implantação”, finaliza Kristina.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta ar o canal: https://t.me/metropolesurgente.