Tarcísio vai revisar dados de criminalidade da gestão PSDB: “Inconsistências”

São Paulo – O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) vai realizar auditoria nas estatísticas criminais de 2022, após alegar ter encontrado “inconsistências” em dados divulgados pela gestão João Doria (ex-PSDB) e Rodrigo Garcia (PSDB), em São Paulo.

“Constatou-se que os dados estatísticos publicados a respeito do mês de abril de 2022 no Estado de São Paulo não correspondiam aos registros criminais (boletins de ocorrência) constantes nas bases de dados da Secretaria da Segurança Pública”, diz o governo Tarcísio em nota.

“Em vista destas divergências constatadas em relação ao mês de abril de 2022, será iniciado um processo de auditoria e análise dos dados criminais relativos a todos os demais meses de 2022 de modo que os dados possam ser confirmados ou readequados, devidamente acompanhados dos respectivos registros criminais (boletins de ocorrência) que os fundamentaram.”

Desde 2001, os governos paulistas divulgam todos os meses as estatísticas de crimes cometidos em cada região do estado, tornando público o número total de assassinatos, estupros, assaltos e outros delitos registrados.

Tradicionalmente, a publicação ocorre no dia 25 e é sempre referente ao mês anterior. Em fevereiro, por exemplo, são liberados os dados de janeiro. Em março, os de fevereiro. E assim por diante.

Às 23h33 dessa quinta-feira (25/5), data de divulgação, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) emitiu nota em que afirma ter detectado “divergências” nos números de abril de 2022 durante a “consolidação dos dados estatísticos criminais de 2023”.

Subnotificação

Segundo o comunicado do governo Tarcísio, a Coordenadoria de Análise e Planejamento (CAP) identificou que “parte das ocorrências dos roubos e furtos de veículos em diferentes regiões do estado foi registrada equivocamente em outros indicadores, impactando diretamente os dados de crimes patrimoniais consolidados no período”.

Com a revisão do governo Tarcísio, os roubos de veículos de abril de 2022 subiram de 2.920 para 3.482, o que representaria subnotificação de 19,2% no ano ado. Já os furtos saltaram de 6.831 para 8.296, o equivalente a 21,4% a mais.

O Metrópoles apurou, no entanto, que o problema teria sido detectado em quase todos os indicadores criminais, exceto os registros de homicídio e latrocínio (roubo seguido de morte).

Em 2022, por exemplo, o governo Garcia divulgou que 980 estupros foram registrados em São Paulo no mês de abril. Esse índice foi alterado agora para 1.013, acréscimo de 3,3%.