Favela do Moinho: silo está em ruína e deve ser demolido, diz Crea
Relatório feito a pedido da gestão Tarcísio aponta que a estrutura, no centro de São Paulo, não teve manutenção preventiva
atualizado
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Uma análise feita pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP), a pedido do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), aponta que o silo da Favela do Moinho, no centro de São Paulo, está em ruína. O relatório recomenda a demolição do reservatório.
Segundo os profissionais envolvidos no estudo, o silo se encontra “em condições desfavoráveis à estabilidade global, inclusive por deterioração dos materiais simples e compostos utilizados em sua construção. O marco local está em estado de ruína, por enquanto parcial”, diz o documento, que foi enviado para a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH).
A estrutura que abrigou a produção do Moinho Central, desativado na década de 1980, é feita de concreto armado e não apresenta indícios de manutenção preventiva, segundo o relatório do Crea. “Ao considerarmos os fatores mínimos de segurança a serem adotados como maneira de preservação às vidas humanas, bem como danos materiais e ambientais, é recomendável a demolição responsável da estrutura”, diz o documento.
Demolição de casas
O governo do estado iniciou, no mês ado, a demolição de casas desocupadas da Favela do Moinho. A ação motivou protestos dos moradores e desencadeou na decisão do governo federal de interromper o processo de cessão do território.
O terreno onde a favela está instalada foi ocupado por moradores na década 1990, após a desativação de uma antiga fábrica de farinha. O local acabou transferido para a Rede Ferroviária Federal (RFFSA), chegou a ser leiloado, mas voltou recentemente para o patrimônio da União, após uma decisão judicial. Atualmente, a área é istrada pela Secretaria do Patrimônio Urbano (SPU).
Em novembro de 2023, a gestão de Tarcísio entrou com pedido para que a União cedesse o espaço ao estado. A proposta é usar a área para construir o Parque Urbano do Moinho, além de outras instalações. Para isso, o governo federal exigiu, como contrapartida, que o estado apresentasse um plano de reassentamento para os moradores.
Em meio às críticas ao programa habitacional — acusado, entre outros aspectos, de incentivar os moradores a fraudar a própria renda e de pressioná-los a contratos –, parte das famílias aceitou as propostas e deixou a favela, desocupando as habitações no Moinho.
Foi quando começou o entrave sobre a demolição ou não dos imóveis. O governo estadual afirma que as moradias vazias oferecem risco à segurança e à saúde dos moradores que permanecem na favela e defende a derrubada dos imóveis.