Crime ou acidente: polícia investiga morte de empresário em Interlagos
Diretora do DHPP, Ivalda Aleixo, afirmou em coletiva que o empresário foi encontrado sem ferimentos e vestígios de sangue, mas sem calça
atualizado
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A diretora do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Ivalda Aleixo, afirmou, em entrevista coletiva realizada na sede da Polícia Civil, na noite desta terça-feira (3/6), que o empresário Adalberto Júnior foi encontrado sem lesões aparentes, vestígios de sangue, ferimentos ou fraturas, no Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo.
Segundo Ivalda Aleixo, Adalberto foi encontrado com muita terra no rosto e nas mãos, mas que isso foi causado pelo fato do homem estar dentro de um buraco de uma obra, realizada próxima ao kartódromo onde estava estacionado o carro da vítima.
A diretora do DHPP acredita que Adalberto foi colocado no buraco já morto ou desacordado, pois, segundo ela, não havia sinais de que o empresário tenha reagido ou tentado escalar o local. Ivalda ainda mencionou que a vítima estava a cerca de um metro de profundidade e que só não estava mais fundo porque os braços do empresário impediram que o corpo descesse mais.
Ele foi encontrado no último de vários buracos de uma obra que acontece na região do kartódromo. O corpo foi encontrado por um dos funcionários da construção, na manhã desta terça-feira (3/6). Inicialmente, o trabalhador acreditou se tratar de um boneco, visto que só conseguia ver o capacete de Adalberto, mas acionou as autoridades mesmo assim.
Alguns pontos levantam suspeitas iniciais nas investigações. Um inquérito foi instaurado e investiga o caso como morte suspeita.
Sem calça e sem tênis
- Adalberto Júnior foi encontrado dentro de um buraco, usando um capacete preto e com as mãos para cima. Uma delas tinha a aliança de casamento, o que ajudou na identificação do corpo.
- Ele não apresentava ferimentos, estava com o celular (sem bateria), carteira com o dinheiro e alguns documentos no bolso. Apesar disso, o empresário estava apenas de cueca, sem tênis e meias. As vestimentas que faltavam não haviam sido localizadas até o momento desta publicação.
- Além disso, um boné dele também não foi encontrado.
- O empresário estava com uma jaqueta que tem valor aproximado de R$ 2.500 a R$ 3.000. O capacete que ele usava não estava bem preso, apenas “colocado”, como explicou a diretora do DHPP, Ivalda Aleixo.
- Segundo a delegada, um médico legista que acompanhou as equipes policiais contou que o empresário aparentava estar no buraco entre 36 e 40 horas, horário que não condiz com o tempo do desaparecimento de Adalberto — desde a noite da última sexta-feira (30/5).
- Segundo Ivalda Aleixo, o corpo estava pouco inchado e que deveria estar em um estágio de decomposição maior do que estava quando foi encontrado.
Relatos batem
A diretora do departamento de homicídios da Polícia Civil ainda contou que os depoimentos colhidos até o momento batem um com o outro. Um dos relatos é o do amigo da vítima, Rafael Aliste, última pessoa que a ver o empresário com vida. Eles foram juntos a um evento de moto no Autódromo de Interlagos na noite do desaparecimento.
Rafael contou que estava com o amigo desde às 13h daquele dia. Segundo o depoimento, eles beberam, curtiram o evento e se despediram por volta das 21h. Conforme a delegada, o homem forneceu imagens à investigação mostrando quando ele vai embora e, depois, ao chegar em casa.
As imagens do evento obtidas pela polícia captam os dois chegando no autódromo, mas não mostram Adalberto saindo.
A diretora também afirmou que a polícia deve tomar todos os depoimentos novamente, após o encontro do cadáver de Adalberto.
Desaparecimento
- Adalberto desapareceu na noite da última sexta-feira (30/5), após não retornar de um evento de moto no Autódromo de Interlagos. Ele estava com um amigo.
- A esposa do empresário afirmou à polícia que o empresário lhe mandou mensagem por volta das 20h dizendo que iria ver uma corrida de motocross e que iria para casa posteriormente.
- O amigo de Adalberto contou às autoridades que curtiu o evento com o empresário normalmente. Eles participaram de algumas corridas de moto, consumiram bebidas alcoólicas e se despediram por volta das 21h.
- Adalberto nunca chegou ao próprio carro, que estava estacionado no Kartódromo de Interlagos. O veículo foi apreendido pela polícia.
A equipe do DHPP ouviu familiares e testemunhas. Além disso, analisou imagens de câmeras de monitoramento do local onde o homem foi visto pela última vez, a fim de esclarecer os fatos.
Quem era o empresário
Adalberto Júnior era dono de uma rede de óticas com unidades em Osasco e Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Ele era casado com Fernanda Dândalo. Nas redes sociais, a mulher publicou fotos do casal em viagens internacionais a lugares como Paris, na França, e Roma, na Itália.
Adalberto também gostava ear de moto, hobby dividido com a companheira. Na última publicação do casal, Fernanda aparece ao lado do empresário, em frente a uma moto, com a legenda “motoqueiros selvagens”.
