Aliados desconfiam que Zambelli ainda esteja nos EUA, e não na Itália
Deputada federal Carla Zambelli é considerada foragida após ter prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Morais
atualizado
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Pessoas próximas à deputada federal Carla Zambelli (PL) acreditam que ela ainda esteja nos Estados Unidos e não na Itália. Mais cedo, no entanto, o empresário Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Baptista Figueiredo, informou que a parlamentar, considerada foragida, estava no país europeu.
“A deputada Carla Zambelli já está bem e em segurança na Itália”, escreveu o bolsonarista no X. Figueiredo ofereceu ajuda à parlamentar enquanto ela esteve nos Estados Unidos. Depois, a própria assessoria da deputada confirmou a informação à impensa. Apesar das notícias, o entorno de Zambelli ainda desconfia que ela esteja em solo norte-americano.
Zambelli foi condenada e teve a prisão preventiva decretada nessa quarta-feira (4/6) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta quinta-feira (5/6), a pedido da Polícia Federal (PF), a Interpol incluiu o nome da deputada federal na lista da difusão vermelha. Com a medida, a parlamentar pode agora ser presa em outros países.
Prisão preventiva
A prisão preventiva da deputada foi decretada por Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), após ela anunciar que deixou o país.
O ministro também acatou outra solicitação da PGR e determinou que a PF realize os procedimentos necessários à inclusão de Zambelli na difusão vermelha da Interpol, bem como informe ao juízo sua localização, para viabilizar o competente pedido de extradição.
Os países que poderão ser o destino da parlamentar deverão ser comunicados sobre a decisão do ministro.
“No caso de Carla Zambelli Salgado de Oliveira, é inequívoca a natureza da alegada viagem à Europa com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório proferido nestes autos e a iminente decretação da perda do mandato parlamentar”, observou Moraes em sua decisão.
Na decisão, o ministro do STF também determinou os respectivos bloqueios:
- aportes da deputada, inclusive o diplomático;
- Salário pago pela Câmara dos Deputados, incluindo a verba de gabinete;
- Bens, ativos e contas bancárias e de quaisquer tipos de transferências, inclusive para recebimento de Pix, bem como de cartões de crédito/débito, e investimentos ativos;
- Veículos, dos imóveis e das embarcações e das aeronaves que estejam registrados no nome de Zambelli;
- Títulos privados, títulos públicos e derivativos, aplicações em fundos de investimento, VGBL, PGBL, aplicações em LCA e LCI, aplicações em CDB’s, RDB’s, COE, ouro e afins, previdência privada, cartas de consórcio e criptomoedas; e de todas as redes sociais da deputada, sob pena de multa diária de R$ 100 mil às empresas que as mantiverem em funcionamento.
Moraes ainda ressaltou que, ao sair do Brasil, Zambelli “pretende insistir nas condutas criminosas, para tentar descredibilizar as instituições brasileiras e atacar o próprio Estado Democrático de Direito, o que justifica, plenamente, a decretação de sua prisão preventiva”.
Condenada
Zambelli está condenada pelo STF a 10 anos de prisão e à perda do mandato, devido ao envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Nessa terça, ela informou que já está fora do Brasil há alguns dias.
“Eu queria anunciar que estou fora do Brasil. Já faz alguns dias. A princípio, buscando um tratamento médico, é um tratamento que eu já fazia aqui [sem especificar o lugar]. Vou pedir afastamento do cargo”, disse a deputada ao canal AuriVerde, no YouTube.
Zambelli afirmou ainda que planeja iniciar uma campanha contra o STF na Europa, seguindo os moldes do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que ainda permanece nos Estados Unidos.