Tesla perde US$ 153 bi com rompimento entre Musk e Trump. Ação desaba
Durante o pregão de quinta-feira (5/6), as ações da Tesla recuaram 18%, na mínima do dia, a maior queda intradiária desde setembro de 2020
atualizado
Compartilhar notícia

O rompimento e a troca de ofensas e acusações entre o bilionário Elon Musk e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, antigos aliados, derrubou as ações da Tesla, fabricante de veículos elétricos comandada pelo empresário.
O que aconteceu
- Nessa quinta-feira (5/6), os papéis da companhia despencaram 14% na Bolsa Nasdaq, que reúne ações de empresas do setor de tecnologia.
- A derrocada fez a Tesla sofrer uma perda de cerca de US$ 153 bilhões em valor de mercado, a maior já registrada pela companhia de Musk em um único dia.
- Durante o pregão, as ações da Tesla recuaram 18%, na mínima do dia, a maior queda intradiária desde setembro de 2020.
- Ao fim da sessão, o tombo foi de 14,26% – o mais acentuado desde setembro de 2020.
- Nas negociações de pré-mercado desta sexta-feira (6/6), as ações da Tesla ensaiavam uma recuperação e avançavam 4,7% em Nova York.
Trump se diz “desapontado” com Musk
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse estar “muito desapontado” com Elon Musk. A declaração do líder norte-americano é uma resposta às críticas do bilionário contra um projeto de lei sobre impostos e aumentar gastos com defesa
“Estou muito desapontado com Elon”, disse o presidente dos EUA à repórteres, na Casa Branca, ao ser questionado sobre as falas do dono do X (antigo Twitter), da Tesla e da SpaceX.
Assista:
Desde o início da semana, Musk tem feito inúmeras críticas ao projeto orçamentário da istração Trump, que busca prorrogar cortes em impostos estabelecidos no primeiro mandato do republicano, entre 2017 e 2021. Além disso, o texto, aprovado na Câmara dos EUA em 22 de maio, busca aumentar os gastos com defesa e os fundos voltados ao controle das fronteiras.
Em uma publicação no X, na segunda-feira (3/6), o bilionário classificou a proposta como “abominação repugnante”. De acordo com Musk, que deixou o Departamento de Eficiência Governamental (Doge) do governo Trump recentemente, a lei pode aumentar o déficit dos EUA em até US$ 2,5 trilhões. O texto do projeto segue agora para o Senado.
Na conversa com jornalistas na Casa Branca, Trump disse que Musk não fez críticas diretas contra ele – apesar de ter “certeza que este será o próximo o”. E voltou a defender seu projeto orçamentário.
“Ele não disse nada sobre mim que seja ruim”, declarou. “Prefiro que ele me critique do que essa lei, porque a lei é incrível.”
Musk sobe o tom
Horas após Trump se dizer “muito desapontado” com Elon Musk, o bilionário reagiu e insinuou que o presidente dos EUA estaria na lista de associados de Jeffrey Epstein. O ex-financista, que morreu em 2019, é acusado de liderar uma rede de abuso sexual contra menores de idade no início dos anos 2000.
“Hora de soltar a bomba realmente grande”, escreveu Musk em uma publicação no X. “Donald Trump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual eles [documentos] não foram tornados públicos”.
A liberação dos arquivos envolvendo o caso Epstein foi uma promessa de campanha do presidente republicano, assim como documentos sobre a morte do ex-presidente John F. Kennedy e do ativista Martin Luther King Jr.
Em fevereiro, o Departamento de Justiça dos EUA tornou público parte dos arquivos. Apesar disso, as cerca de 200 páginas das investigações do caso não trouxeram grandes revelações, além do nome de figuras influentes na polícia e de celebridades já conhecidas por seu envolvimento com Epstein.
Nos documentos, o nome de Donald Trump apareceu em algumas anotações de registros de voo. Apesar disso, as investigações não encontraram nenhuma evidência de que o presidente dos EUA tenha se envolvido nos crimes de Epstein – que se suicidou em 2019 enquanto cumpria pena.
Além disso, Elon Musk sugeriu defender o impeachment de Trump.