Expansão do crédito levou a lucro bilionário, diz presidente da Caixa
Carlos Vieira definiu 2025 como “desafiador” para as instituições financeiras, mas afirmou que a Caixa “teve um de seus melhores trimestres”
atualizado
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O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira (foto em destaque), definiu, nesta quinta-feira (5/6), o primeiro semestre deste ano como especialmente “desafiador” para os bancos. “Mas conseguimos um dos melhores trimestres”, acrescentou.
A Caixa registrou um lucro líquido recorrente de R$ 4,9 bilhões nos primeiros três meses do ano, o equivalente a um crescimento de 71,5%, na comparação com o mesmo período do ano ado. A informação consta no balanço divulgado pela instituição financeira no início da noite de quarta-feira (4/6).
Para Vieira, a expansão do crédito foi um dos fatores mais importantes para a obtenção do resultado. A carteira de crédito total do banco chegou a um saldo de R$ 1,266 trilhão em março de 2025, o que representou um crescimento de 10,7% sobre o mesmo mês de 2024. Em 12 meses, a expansão do setor imobiliário foi de 12%. No agronegócio, avançou 9,9% e, em saneamento e infraestrutura, 6,7%.
Em entrevista nesta quinta-feira, Viera observou que, em relação à expansão do crédito, a Caixa tem feito mudanças que, somadas, colaboram nesse crescimento. Uma delas seria a “mudança da jornada de o ao crédito”. “Isso é muito significativo”, disse. “Anteriormente, para ativar um cartão de crédito levava três dias. Hoje, faz isso em cinco minutos. Tudo isso ajuda a melhorar.”
Desafio
Para Vieira, o que tornou o primeiro trimestre “desafiador” para as instituições financeiras foi a necessidade de enquadramento à Resolução 4.966, de 2021, do Conselho Monetário Nacional (CMN). Ela entrou em vigor neste ano e exigiu mudanças, por exemplo, da contabilização de perdas esperadas em ativos financeiros, como créditos.
De acordo com os executivos do banco, a adequação à regra foi uma das responsáveis pelo aumento da inadimplência, que cresceu, por exemplo, 0,15 ponto percentual, atingindo 2,49% em março. “A principal mudança introduzida pela resolução é a contabilização de perdas esperadas na carteira de crédito, em vez da contabilização de perdas efetivamente ocorridas”, disse Henriete Sartori, vice-presidente de Riscos da Caixa.
Lucro contábil
O presidente da Caixa destacou ainda que o lucro contábil do banco apresentou um crescimento de 133,9% na comparação anual, chegando a R$ 5, 8 bilhões. Vieira observou, contudo, que esse salto está relacionado a fatores específicos como a oferta secundária de ações (“follow-on”) da Caixa Seguridade, com a venda estimada de 82,5 milhões de ações.
Projeções
Em relação às projeções (no jargão, “guidance”) para 2025, Marcos Brasiliano Rosa, vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, mostrou que o “realizado” pelo banco ficou abaixo no primeiro trimestre em itens como margem financeira bruta e despesas istrativas. Ultraou a programação, contudo, na carteira de crédito total. Nesse caso, a previsão é de crescimento entre 6,5% e 10,5% em 2025. Agora, ela ficou em 10,7%.