Inflação faz Argentina aumentar isenção do Imposto de Renda
Anúncio da nova faixa de isenção do Imposto de Renda foi feito pelo ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa
atualizado
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O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa (imagem em destaque), anunciou que, diante da perda de poder aquisitivo da população devido à forte inflação do país, o governo concederá um alívio fiscal para os trabalhadores que pagam Imposto de Renda (IR).
“Decidimos aumentar, a partir de maio, o piso do Imposto de Renda para 506.230 pesos [aproximadamente R$ 11 mil no câmbio oficial], gerando um alívio fiscal para mais de 250 mil trabalhadores que deixarão de pagar o imposto a cada mês”, escreveu Massa no Twitter neste domingo (7/5).
Junto con este nuevo incremento interanual del 125% del piso de Ganancias, en abril avanzamos para que las horas extras, los viáticos y los bonos por productividad, entre otros conceptos, no estén alcanzados por el impuesto. Un beneficio para 600.000 empleados. pic.twitter.com/ssUMGKLyNt
— Sergio Massa (@SergioMassa) May 7, 2023
Com a mudança, o piso do imposto de renda subirá 125%, sendo superior ao índice de preços ao consumidor, que já está em 104,3% em março, na comparação com o mesmo mês do ano ado.
A mudança vinha sendo uma exigência dos sindicatos dos país, pois o reajuste dos salários mínimos faz com que com os trabalhadores tenham que pagar Imposto de Renda. Neste ano, o aumento foi de 26,6% será aplicado em três parcelas: 15,6% em abril, 6% em maio e 5% em junho. Com isso, o salário mínimo alcançará 87.987 pesos (pouco mais de R$ 2.180,00) em junho.
A próxima revisão do salário mínimo será feita em 15 de julho.
Crise e mais crise
A Argentina vive uma profunda crise econômica. A inflação dos hermanos atingiu 98,8% no acumulado de 12 meses, até fevereiro deste ano. Esse é o percentual mais alto desde outubro de 1991, quando o número ficou em 102,4%. Em janeiro, houve aumento de 6% no indicador, ante expectativa de 5,6%. O país fechou 2022 com taxa de 94,8%, após alta de 5,1% em dezembro.
Economistas temem um colapso na economia do país, nos moldes de 2001 e 2002, que levou o país vizinho a dar um calote na dívida externa e a declaração de moratória. A turbulência da época levou o país a uma grave crise econômica e política.
Diante deste cenário, o atual presidente, Alberto Fernández, já afirmou que não disputará à reeleição marcada para 22 de outubro de 2023.