Ceilândia: conheça a origem do nome da cidade que faz 54 anos em março
Com uma população de 287 mil habitantes, seu nome vem da sigla “CEI” (Campanha de Erradicação de Invasões)
atualizado
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No dia 27 de março, Ceilândia, a cidade mais populosa do Distrito Federal, celebra 54 anos de sua fundação, com uma população de aproximadamente 287 mil habitantes, segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Fundada na década de 1970, a cidade foi idealizada pelo governo para abrigar famílias que viviam em áreas precárias, com o objetivo de organizar a região ao redor de Brasília.
O nome “Ceilândia” tem origem na sigla “CEI” (Campanha de Erradicação de Invasões) e no sufixo “lândia”, que significa “terra”, simbolizando a criação de um novo território destinado a essas famílias.
Ao final dos anos 1960, a população do Distrito Federal enfrentava uma realidade marcada pela falta de infraestrutura básica e moradia inadequada. Cerca de 20% dos habitantes da região viviam em ocupações irregulares. Para resolver esse problema, o governador Hélio Prates criou a Campanha de Erradicação de Invasões (CEI), um projeto pioneiro de erradicação de favelas.
Comandada pela primeira-dama Vera Silveira, a CEI começou a atuar em 1969 e demarcou uma área de 20 mil metros quadrados ao norte de Taguatinga, onde foram transferidas famílias das favelas da Vila do IAPI, Vila Tenório, Vila Esperança, Vila Bernardo Sayão e Morro do Querosene.
A cultura nordestina em Ceilândia
Em 2019, Ceilândia foi reconhecida como a Capital da Cultura Nordestina do Distrito Federal, por meio da Lei nº 6.474, em homenagem à sua forte identidade cultural, profundamente ligada às tradições do Nordeste brasileiro.
A cidade se tornou um ponto de encontro para a preservação e promoção das manifestações culturais nordestinas, com importantes espaços como a Casa do Cantador, projetada por Oscar Niemeyer. Lá, a poesia de Cordel e o Repente são celebrados, enquanto oficinas de música e inclusão digital reforçam a riqueza cultural local.
Outro espaço relevante é a Feira Central, que além de oferecer delícias típicas do Nordeste, como sarapatel e baião de dois, também se tornou um polo de artesanato, tornando-se um ponto de referência para a memória e a tradição nordestina em Ceilândia.
Gustavo Santos, conhecido artisticamente como Gu da Cei, chegou a na cidade recém-nascido, há 28 anos, com a vinda dos seus pais do Maranhão. Para ele, a cidade é rica em cultura, onde a fusão entre a cultura urbana e nordestina cria uma diversidade artística única. “Como dizia uma pixação próxima a estação Ceilândia Norte, Ceilândia é nordeste. Isso se mostra na oralidade, na comunidade, nos gostos e interações sociais”, declara.
Comemorações de 54 anos
Em comemoração aos seus 54 anos, Ceilândia prepara uma série de eventos. No dia 27 de março, a cidade inicia as celebrações com a tradicional cerimônia de corte de bolo na Praça do Trabalhador, às 9h. Às 16h, será inaugurada a Casa do Hip-Hop DJ Jamaika, localizada na CNM 02, em frente à praça do metrô, e também acontecerá a gravação audiovisual da Seresta Internacional com a cantora Ju Marques, ao lado da Feira Central. De 27 a 29 de março, a Praça do Trabalhador será palco do Circula DF, com shows e apresentações artísticas para celebrar a história e a cultura vibrante de Ceilândia.