Erika Hilton propõe “revolução” ao rapper Oruam
Erika Hilton se disse à disposição do rapper Oruam para construir uma “organização popular” nas periferias
atualizado
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A deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) sugeriu um caminho de “organização popular” ao rapper Oruam, após ele questionar no X [antigo Twitter] o que fazer diante da morte de Herus Guimarães Mendes da Conceição, de 24 anos.
Herus foi baleado e morto pela Polícia Militar do Rio de Janeiro durante uma festa junina na Comunidade do Santo Amaro, no bairro do Catete, na última sexta-feira (6/6).
Diante do desabafo de Oruam — que perguntou “o que fazer?” após o episódio da morte de Herus — a parlamentar respondeu diretamente ao rapper, afirmando que é preciso “fazer revolução com o pé no chão”.
A deputada se colocou à disposição para ajudá-lo a “construir junto” uma rede de articulação política nas periferias e indicou coletivos e lideranças atuantes nas favelas do Rio de Janeiro.
“Oi, Oruam!
Muita gente já te indicou leituras importantes, mas a transformação vem, principalmente, da organização coletiva. Não existe saída individual pra problemas que são estruturais.
Minha sugestão é que você se conecte com quem já constrói essa luta há anos, com coragem e compromisso nas favelas.
No Rio, por exemplo, tem o @institutodpn; perto de você, tem a @KatiusciaRibero, que é referência na luta antirracista e madrinha do Cabelinho; e pra se aproximar da comunidade LGBTQIAPN+ recomendo a Entidade Maré, um coletivo de artistas da Maré.
E, sobretudo, tem o movimento de mães e familiares de vítimas da violência do Estado, que é um dos pilares mais fortes e verdadeiros dessa luta, como o @maes.de.manguinhos no Instagram.
Tudo isso é organização popular. É fazer revolução com o pé no chão.
Se quiser construir junto, tô por aqui. De verdade.Estamos juntos.”
Projeto de lei do Psol inspirado em Oruam
Em 5 de junho, o deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ) apresentou um projeto de lei que propõe a criação do Programa de Prevenção à Censura à Arte e Cultura.
A iniciativa busca impedir que artistas periféricos, especialmente ligados ao funk, rap e trap, sejam barrados de editais públicos e contratações por parte do Estado.
Na justificativa do projeto, o parlamentar cita nominalmente os funkeiros Poze do Rodo e Oruam como exemplos de jovens negros que, segundo ele, enfrentaram situações de risco associadas ao crime, mas que encontraram na arte uma forma de superação e transformação social.
“Oruam e Poze do Rodo, por exemplo, jovens negros vindos de comunidades do Rio de Janeiro, são referência para a juventude negra favelada através de sua arte”, argumenta Henrique Vieira na proposta.
O projeto gerou críticas da oposição, pelo fato de Oruam ser filho de Macinho VP, líder do Comando Vermelho, e fazer músicas que exaltam a facção.