Tia critica creche após criança cair: “Só sabem cuidar de bebê reborn”
Maitê Wackerhage, uma bebê de cinco meses, sofreu uma fratura no crânio após cair de um trocador de fraldas da creche
atualizado
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A madrinha de Maitê Heloá Wackerhage, a bebê de cinco meses que sofreu uma fratura de 10 centímetros no crânio ao cair do trocador de fraldas da creche onde ficava, publicou um vídeo em suas redes sociais demonstrando indignação com a situação.
Em seu relato sobre o acidente, que ocorreu na última sexta-feira (30/5), Jéssica Mafra contou que a família sabe que, quando se trata de crianças, quedas podem ocorrer, mas não entende o motivo para os pais e o socorro não terem sido acionados imediatamente.
“Em mundo de bebê reborn, não sabem cuidar de bebê de verdade”, declarou, revoltada.
Segundo a madrinha, os pais de Maitê só foram acionados horas após a queda. Quando chegaram à creche, os pais teriam sido questionados pelas funcionárias se eles gostariam que o socorro fosse chamado.
“Não foi uma queda simples. A gente sabe que pode acontecer, mas omitir esse tipo de coisa, tentar esconder e abafar, é algo que eu não esperava em hipótese alguma da creche. Não estou culpando ninguém, mas foram muitas irresponsabilidades”, desabafou.
Além da suposta negligência por parte da creche, a família denuncia que a primeira médica a atender a bebê também teria feito pouco caso diante da situação.
“Ela disse que era só dar dipirona e paracetamol quando a Maitê estivesse com dor. Só depois de muito discutir com as autoridades de Corupá é que conseguimos fazer o raio-x”, detalhou.
“Ela também fez ressonância e ficou constatado que deu 10 centímetros de rachadura na cabeça. Uma lesão grande. Por que não chamaram os bombeiros quando ocorreu a queda">
Segundo a familiar, Maitê está internada e deve ficar em observação por um tempo. “Tenho fé em Deus que não vai ter nenhuma sequela”, disse.
“Estamos esperando as imagens das câmeras de segurança, eu quero ver a filmagem, e eles estão enrolando, não querem ar a filmagem”, contou Jéssica.
MP cobra explicação
O Ministério Público de Santa Catarina, por meio da 7ª Promotoria de Justiça da Comarca de Jaraguá do Sul (SC), instaurou um procedimento para averiguar uma possível omissão e negligência por parte do Município de Corupá no atendimento prestado à bebê após o incidente.
A denúncia aponta que, mesmo após a queda, a vítima não foi levada imediatamente ao Pronto Atendimento. Além disso, há relatos de que, inicialmente, a unidade de saúde teria se recusado a realizar exames na criança.
O promotor Rafael Meira Luz, titular da 7ª Promotoria de Justiça, determinou a autuação imediata no caso, por meio do procedimento istrativo. “É imprescindível esclarecer os fatos e verificar se houve falha no dever de cuidado por parte do poder público. A proteção da infância é prioridade absoluta”, afirmou.
Como parte das diligências iniciais do MPSC, um ofício foi expedido ao Município de Corupá solicitando, no prazo de 48 horas, o envio das imagens das câmeras de segurança da sala onde o incidente aconteceu, bem como das áreas próximas, capturadas na data do ocorrido. As imagens devem ser encaminhadas na maior resolução possível.
Manifestação da prefeitura
A Prefeitura de Corupá publicou uma nota sobre o ocorrido em que afirma que foi prestada a assistência necessária à criança e à família a partir do momento em que a direção da unidade foi comunicada do ocorrido em sala.
A nota diz, ainda, que os encaminhamentos devidos foram providenciados, sendo que o e também foi oferecido durante todo o período de internação e após a alta hospitalar.
“Foi instaurado um processo istrativo para apurar detalhadamente os fatos e responsabilidades, e, caso seja constatada qualquer negligência, os responsáveis serão devidamente punidos, conforme prevê a legislação”, disse a nota.
A prefeitura também declarou que as imagens das câmeras de monitoramento da unidade estão à disposição das autoridades competentes.
“Ressaltamos que, por força de lei, a prefeitura só pode liberar esse tipo de material mediante solicitação oficial dos órgãos responsáveis. A Prefeitura de Corupá lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com a família”, concluiu.
