PSD de Kassab usa demissão de Juscelino para pressionar por nova pasta
Após demissão de Juscelino Filho, caciques do PSD procuraram ministra Gleisi Hoffmann para cobrar novo ministério ao partido de Kassab
atualizado
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Partido de Gilberto Kassab, o PSD decidiu aproveitar a demissão do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), após denúncia da PGR, para pressionar o Palácio do Planalto a dar mais um ministério para a legenda.
A sigla de Kassab, contudo, não deseja ficar com a pasta que era comandada por Juscelino. Na mira do PSD está, na verdade, o Ministério do Turismo, atualmente chefiado pelo deputado licenciado Celso Sabino (União Brasil-PA).
Segundo apurou a coluna, logo após a confirmação da saída de Juscelino, na terça-feira (8/4), lideranças do PSD procuraram a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, para pedir mais espaço ao partido de Kassab.
O objetivo do PSD é pressionar Lula a aproveitar a demissão de Juscelino para concluir a reforma ministerial. Pelo desenho imaginado pela sigla, Sabino seria realocado para o Ministério de Ciência e Tecnologia, abrindo o Turismo para o PSD.
A atual ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos (PCdoB), por sua vez, iria para o Ministério das Mulheres. A pasta é chefiada atualmente por Cida Gonçalves (PT). O trabalho da petista, contudo, tem sido alvo de críticas de integrantes do Planalto.
O PSD quer o Ministério do Turismo para indicar algum deputado federal da legenda. Um dos nomes mais cotados é o do deputado Pedro Paulo (RJ), que já chegou a ser cotado para ministério no início do governo Lula, mas acabou vetado por Janja.
Gleisi, segundo relatos, prometeu conversar com Lula quando o presidente voltar da viagem a Honduras, onde ele participa da reunião da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) ao longo da quarta-feira (9/4).
PSD e a anistia
Lideranças do PSD avaliam que um novo ministério para o partido poderia brecar a adesão oficial da sigla ao projeto da anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro. A proposta tramita na Câmara e é a principal pauta defendida pelos bolsonaristas.
O atual líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA), tenta segurar o apoio da bancada do PSD ao projeto. No entanto, há forte pressão dos deputados do partido, sobretudo os das regiões Sul e Sudeste, para que a sigla mude de posição.
Entre eles, está o vice-líder do PSD na Câmara, Reinhold Stephanes Junior (PR). O deputado, como noticiou a coluna, já assinou individualmente o requerimento de urgência para votar a proposta diretamente no plenário.