{ "@context": "https://schema.org", "@graph": [ { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Metrópoles", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/metropolesdf", "https://twitter.com/Metropoles" ], "logo": { "@type": "ImageObject", "@id": "/#logo", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fs.metropoles.cloud%2Fwp-content%2Fs%2F2024%2F04%2F30140323%2Fmetropoles-2500x2500-4-scaled.jpg", "contentUrl": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fs.metropoles.cloud%2Fwp-content%2Fs%2F2024%2F04%2F30140323%2Fmetropoles-2500x2500-4-scaled.jpg", "caption": "Metrópoles", "inLanguage": "pt-BR", "width": "2560", "height": "2560" } }, { "@type": "WebSite", "@id": "/#website", "url": "", "name": "Metrópoles", "publisher": { "@id": "/#organization" }, "inLanguage": "pt-BR" }, { "@type": "ImageObject", "@id": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fs.metroimg.com%2Fwp-content%2Fs%2F2025%2F06%2F09064607%2Flula-nice.jpg", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fs.metroimg.com%2Fwp-content%2Fs%2F2025%2F06%2F09064607%2Flula-nice.jpg", "width": "1215", "height": "802", "inLanguage": "pt-BR" }, { "@type": "WebPage", "@id": "/colunas/igor-gadelha/lula-pede-ajuda-a-onu-para-tres-questoes-fala-em-omc-inoperante#webpage", "url": "/colunas/igor-gadelha/lula-pede-ajuda-a-onu-para-tres-questoes-fala-em-omc-inoperante", "datePublished": "2025-06-09T06:59:52-03:00", "dateModified": "2025-06-09T07:13:25-03:00", "isPartOf": { "@id": "/#website" }, "primaryImageOfPage": { "@id": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fs.metroimg.com%2Fwp-content%2Fs%2F2025%2F06%2F09064607%2Flula-nice.jpg" }, "inLanguage": "pt-BR" }, { "@type": "Person", "@id": "/author/milena-teixeira", "name": "Milena Teixeira", "url": "/author/milena-teixeira", "worksFor": { "@id": "/#organization" } }, { "@type": "OpinionNewsArticle", "datePublished": "2025-06-09T07:13:25-03:00", "dateModified": "2025-06-09T07:13:25-03:00", "author": { "@id": "/author/milena-teixeira", "name": "Milena Teixeira" }, "publisher": { "@id": "/#organization" }, "@id": "/colunas/igor-gadelha/lula-pede-ajuda-a-onu-para-tres-questoes-fala-em-omc-inoperante#richSnippet", "isPartOf": { "@id": "/colunas/igor-gadelha/lula-pede-ajuda-a-onu-para-tres-questoes-fala-em-omc-inoperante#webpage" }, "image": { "@id": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fs.metroimg.com%2Fwp-content%2Fs%2F2025%2F06%2F09064607%2Flula-nice.jpg" }, "inLanguage": "pt-BR", "mainEntityOfPage": { "@id": "/colunas/igor-gadelha/lula-pede-ajuda-a-onu-para-tres-questoes-fala-em-omc-inoperante#webpage" }, "articleBody": "Nice — O presidente Lula usou seu discurso em uma conferência sobre oceanos, nesta segunda-feira (9/6), em Nice, para pedir ajuda da ONU e para criticar a Organização Mundial do Comércio (OMC). Em sua fala na 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, na Lula pediu que a ONU ajude o Brasil, durante a COP30, em Belém (PA), a convencer os países ricos sobre a importância da questão ambiental. 4 imagensFechar modal.1 de 4Lula com autoridades em Monaco2 de 4Lula na ONU3 de 4Lula em coletiva de imprensa para jornalistas em Paris4 de 4Lula em ParisRicardo Stuckert / PR “Primeiro, a decisão de convencer os chefes de Estado desse mundo de que a questão climática não é invenção de cientistas nem é brincadeira de gente da ONU. A questão climática é uma necessidade vital de preservação do nosso ambiente e que a gente vai ter de tomar uma decisão. Primeiro, se acredita ou não. Se acredita, nós vamos ter de decidir que não existe outro espaço para a gente viver, é no Planeta Terra. Segundo: que a questão climática pode dizimar a humanidade. É preciso saber se acredita”, disse o presidente; Em seu discurso durante a conferência, Lula também pediu ajuda da ONU para convencer os líderes mundiais a inserirem a questão da pauta ambiental nos currículos escolares. “Nós temos que dizer aos chefes de estado que precisamos começar a investir na educação, já no ensino fundamental, na questão do clima. Depois dos 18 anos nós temos que fazer faixa ‘é proibido fazer isso’, ‘é proibido fazer aquilo’ para jovens rebeldes que não querem obedecer. Fica mais barato, muito mais fácil quando a gente mudar o nosso currículo escolar e colocar a questão climática para que as crianças aprendam da creche até a universidade”, completou o petista. Lula fala em “OMC” inoperante Lula afirmou que, atualmente, paira sobre os oceanos a ameaça do unilateralismo. Para ele, os países não podem permitir que o mar e pelo mesmo que aconteceu com o comércio internacional. “Apostando no multilateralismo, fomos capazes de dirimir diferenças que pareciam insuperáveis. Hoje, porém, paira sobre o oceano a ameaça do unilateralismo. Não podemos permitir que ocorra com o mar o que aconteceu no comércio internacional, cujas regras foram erodidas a ponto de deixar a OMC inoperante. Evitar que os oceanos se tornem palco de disputas geopolíticas é uma tarefa urgente para a construção da paz”, disse o presidente. Leia abaixo a íntegra do discurso do presidente Lula Hoje eu aprendi uma coisa nova: eu sempre achei que a cidade tinha o nome de Nice porque o descobridor da cidade amava a sua mulher, que se chamava Nice, e tinha colocado o nome da cidade de Nice por amor. Mas foi como resultado de muita luta. Mais uma lição que eu aprendo. A segunda coisa: eu queria agradecer ao presidente Emmanuel Macron [da França]. Primeiro pela visita de Estado que eu fiz à França. Segundo, pelo convite de participar dessa conferência. E agradecer de coração o carinho, a gentileza dedicada a mim e a minha mulher, por ele e pela sua esposa Brigitte, e à minha delegação. Quero cumprimentar o presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves Robles. Quero cumprimentar o nosso querido António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, e quero cumprimentar o Philemon Yang, presidente da Assembleia-Geral. Meus amigos, minhas amigas, chefes de Estado e de Governo, componentes da mesa. O ciclo da água e o ciclo da vida são um só, dizia o oceanógrafo francês Jacques Cousteau. É impossível falar de desenvolvimento sustentável sem incluir o oceano. Sem protegê-lo, não há como combater a mudança do clima. Três bilhões de pessoas dependem diretamente de recursos marinhos para sua sobrevivência. O oceano é o maior regulador climático do planeta, em função de toda a cadeia de vida que ele abriga. A adoção, há mais de quatro décadas, da Convenção da ONU sobre o Direito do Mar, consagrou, pela primeira vez, o conceito de “patrimônio comum da humanidade”. A criação desse regime internacional para governar o espaço marítimo representou uma das maiores conquistas da história da diplomacia. Apostando no multilateralismo, fomos capazes de dirimir diferenças que pareciam insuperáveis. Hoje, porém, paira sobre o oceano a ameaça do unilateralismo. Não podemos permitir que ocorra com o mar o que aconteceu no comércio internacional, cujas regras foram erodidas a ponto de deixar a OMC inoperante. Evitar que os oceanos se tornem palco de disputas geopolíticas é uma tarefa urgente para a construção da paz. Canais, golfos e estreitos devem nos aproximar e não ser motivo de discórdia. Coibir uma corrida predatória por minérios requer apoio à firme atuação da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, dirigida hoje pela cientista brasileira Letícia de Carvalho, a quem quero transmitir um abraço. Interesses escusos impedem a criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul. O Brasil está comprometido a ratificar o Tratado do Alto Mar ainda este ano, para assegurar a gestão transparente e compartilhada da biodiversidade além das fronteiras nacionais. Senhoras e senhores, Temos orgulho de ser uma nação oceânica. O espaço marítimo brasileiro ocupa 5,7 milhões de quilômetros quadrados, área comparável à da Amazônia. Por isso, o chamamos de Amazônia Azul. A analogia entre a floresta e o mar não se limita à riqueza natural que ambos abrigam, nem ao patrimônio cultural dos povos que dependem e cuidam desses biomas. As duas Amazônias sofrem o impacto da mudança do clima. As florestas tropicais estão sendo empurradas para seu ponto de não retorno. O oceano está febril. Em apenas um ano, a temperatura média do mar elevou-se quase o mesmo que nas quatro décadas anteriores. A ciência comprova que a causa dessa enfermidade é o aquecimento global e o uso de combustíveis fósseis. Nos últimos dez anos, o mundo produziu mais plásticos do que no século anterior. Seus resíduos representam 80% de toda a poluição marinha. Salvar esse bioma requer empenho renovado na implementação do ODS 14 e do Acordo de Paris. O Brasil dará ênfase à conservação e ao uso sustentável do oceano na COP-30, assim como fizemos em nossa Contribuição Nacionalmente Determinada. Abordaremos o tema em outros foros, como a Cúpula Brasil-Caribe, daqui a alguns dias, e a Nona Reunião da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul, que sediaremos em 2026. Aqui em Nice, apresentamos sete compromissos voluntários, relacionados à proteção de áreas marinhas, ao planejamento espacial marítimo, à pesca sustentável, à ciência e à educação. Além de zerar o desmatamento até 2030, vamos ampliar de 26% para 30% a cobertura de nossas áreas marinhas protegidas, cumprindo a meta do Marco Global para a Biodiversidade. Também implementaremos programas dedicados à preservação dos manguezais e dos recifes de corais e estamos formulando uma estratégia nacional contra a poluição por plásticos no oceano. Nosso esforço inédito de planejamento espacial marinho vai permitir o aproveitamento equilibrado do oceano, levando em conta os impactos ambientais e os serviços ecossistêmicos prestados. Estamos estimulando a pesca sustentável e combatendo ilícitos que ameaçam essa importante atividade para a segurança alimentar do nosso povo. Vamos fortalecer a coleta de dados científicos por meio de um Sistema Integrado de Monitoramento e seguir investindo em pesquisa por meio da Estação Comandante Ferraz na Antártida. Com apoio da UNESCO, o Brasil foi o primeiro país a incluir a cultura oceânica nos programas escolares e continuará qualificando professores para o ensino do Currículo Azul. Em 2025, teremos o maior número de Escolas Azuis no mundo, reunindo 515 estabelecimentos de ensino, 160 mil estudantes e 2.600 professores. Há dez anos, Paris se tornou um marco para a governança climática. Hoje, Nice a a integrar o caminho até Belém. Com a ONU, o Brasil vai lançar um “Balanço Ético Global”, para mobilizar pensadores, artistas, intelectuais e religiosos, juventudes, mulheres, povos indígenas, comunidades tradicionais e afrodescendentes, rumo à COP30. Precisamos formar uma grande onda para construir um futuro mais justo e sustentável. Meus amigos e minhas amigas, eu quero terminar, primeiro, dizendo ao nosso secretário-geral, o nosso amigo Guterres, que é muito importante que na COP 30 nós tomemos três decisões importantes. Primeiro, a decisão de convencer os chefes de Estado desse mundo de que a questão climática não é invenção de cientistas nem é brincadeira de gente da ONU. A questão climática é uma necessidade vital de preservação do nosso ambiente e que a gente vai ter de tomar uma decisão. Primeiro, se acredita ou não. Se acredita, nós vamos ter de decidir que não existe outro espaço para a gente viver, é no Planeta Terra. Segundo: que a questão climática pode dizimar a humanidade. É preciso saber se acredita. Terceiro: nós temos que dizer aos chefes de Estado que precisamos começar a investir na educação no Ensino Fundamental na questão do clima, porque depois dos 18 anos nós temos que fazer placas dizendo que é proibido fazer isso, é proibido fazer aquilo, para jovens rebeldes que não querem obedecer. Fica mais barato, muito mais fácil, a gente começar a apostar que a questão do planeta será cuidada quando a gente mudar o nosso currículo escolar e colocar a questão climática para que as crianças aprendam da creche até a universidade que elas precisam cuidar do ambiente em que eles vivem. Muito obrigado e quero terminar convidando a todos vocês para em novembro estarem no Brasil, na Amazônia. Quem quer conhecer a Amazônia, quem defende tanto a Amazônia precisa ir na Amazônia para ver a nossa COP30. Para as pessoas saberem que embaixo de cada copa de árvore que a gente quer preservar tem uma criança, tem um indígena, tem um pescador, tem um seringueiro, tem um extrativista, tem um ser humano. E por isso os países ricos precisam pagar a sua dívida com o contencioso de emissão de gases de efeito estufa. Um abraço e até o Brasil, se Deus quiser. Já leu todas as notas e reportagens da coluna hoje? e a coluna do Metrópoles.", "keywords": "França, Lula, ONU, COP 30 no Pará", "headline": "Lula pede ajuda da ONU para três questões e fala em OMC “inoperante”", "locationCreated": { "@type": "Place", "name": "Brasília, Distrito Federal, Brasil", "geo": { "@type": "GeoCoordinates", "latitude": "-15.7865938", "longitude": "-47.8870338" } } } ] }Lula pede ajuda da ONU para três questões e fala em OMC “inoperante” | Metrópolesbody { font-family: 'Merriweather', serif; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Regular'; src: local('Merriweather-Regular'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-regular.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-regular.woff') format('woff'); font-display: swap; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Bold'; src: local('Merriweather-Bold'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-bold.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-bold.woff') format('woff'); font-display: swap; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Heavy'; src: local('Merriweather-Heavy'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-heavy.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-heavy.woff') format('woff'); font-display: swap; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Italic'; src: local('Merriweather-Italic'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-italic.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-italic.woff') format('woff'); font-display: swap; }
metropoles.com

Lula pede ajuda da ONU para três questões e fala em OMC “inoperante”

Durante discurso em evento ONU, presidente Lula pediu ajuda da organização com a COP30, em Belém (PA), e falou em OMC “inoperante”

atualizado

metropoles.com

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
lula nice
1 de 1 lula nice - Foto: null

Nice — O presidente Lula usou seu discurso em uma conferência sobre oceanos, nesta segunda-feira (9/6), em Nice, para pedir ajuda da ONU e para criticar a Organização Mundial do Comércio (OMC).

Em sua fala na 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, na Lula pediu que a ONU ajude o Brasil, durante a COP30, em Belém (PA), a convencer os países ricos sobre a importância da questão ambiental.

4 imagens
Lula na ONU
Lula em coletiva de imprensa para jornalistas em Paris
Lula em Paris
1 de 4

Lula com autoridades em Monaco

2 de 4

Lula na ONU

3 de 4

Lula em coletiva de imprensa para jornalistas em Paris

4 de 4

Lula em Paris

Ricardo Stuckert / PR

“Primeiro, a decisão de convencer os chefes de Estado desse mundo de que a questão climática não é invenção de cientistas nem é brincadeira de gente da ONU. A questão climática é uma necessidade vital de preservação do nosso ambiente e que a gente vai ter de tomar uma decisão. Primeiro, se acredita ou não. Se acredita, nós vamos ter de decidir que não existe outro espaço para a gente viver, é no Planeta Terra. Segundo: que a questão climática pode dizimar a humanidade. É preciso saber se acredita”, disse o presidente;

Em seu discurso durante a conferência, Lula também pediu ajuda da ONU para convencer os líderes mundiais a inserirem a questão da pauta ambiental nos currículos escolares.

“Nós temos que dizer aos chefes de estado que precisamos começar a investir na educação, já no ensino fundamental, na questão do clima. Depois dos 18 anos nós temos que fazer faixa ‘é proibido fazer isso’, ‘é proibido fazer aquilo’ para jovens rebeldes que não querem obedecer. Fica mais barato, muito mais fácil quando a gente mudar o nosso currículo escolar e colocar a questão climática para que as crianças aprendam da creche até a universidade”, completou o petista.

Lula fala em “OMC” inoperante

Lula afirmou que, atualmente, paira sobre os oceanos a ameaça do unilateralismo. Para ele, os países não podem permitir que o mar e pelo mesmo que aconteceu com o comércio internacional.

“Apostando no multilateralismo, fomos capazes de dirimir diferenças que pareciam insuperáveis. Hoje, porém, paira sobre o oceano a ameaça do unilateralismo. Não podemos permitir que ocorra com o mar o que aconteceu no comércio internacional, cujas regras foram erodidas a ponto de deixar a OMC inoperante. Evitar que os oceanos se tornem palco de disputas geopolíticas é uma tarefa urgente para a construção da paz”, disse o presidente.

Leia abaixo a íntegra do discurso do presidente Lula

Hoje eu aprendi uma coisa nova: eu sempre achei que a cidade tinha o nome de Nice porque o descobridor da cidade amava a sua mulher, que se chamava Nice, e tinha colocado o nome da cidade de Nice por amor. Mas foi como resultado de muita luta. Mais uma lição que eu aprendo.

A segunda coisa: eu queria agradecer ao presidente Emmanuel Macron [da França]. Primeiro pela visita de Estado que eu fiz à França. Segundo, pelo convite de participar dessa conferência. E agradecer de coração o carinho, a gentileza dedicada a mim e a minha mulher, por ele e pela sua esposa Brigitte, e à minha delegação.

Quero cumprimentar o presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves Robles. Quero cumprimentar o nosso querido António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, e quero cumprimentar o Philemon Yang, presidente da Assembleia-Geral.

Meus amigos, minhas amigas, chefes de Estado e de Governo, componentes da mesa.

O ciclo da água e o ciclo da vida são um só, dizia o oceanógrafo francês Jacques Cousteau.

É impossível falar de desenvolvimento sustentável sem incluir o oceano.

Sem protegê-lo, não há como combater a mudança do clima.

Três bilhões de pessoas dependem diretamente de recursos marinhos para sua sobrevivência.

O oceano é o maior regulador climático do planeta, em função de toda a cadeia de vida que ele abriga.

A adoção, há mais de quatro décadas, da Convenção da ONU sobre o Direito do Mar, consagrou, pela primeira vez, o conceito de “patrimônio comum da humanidade”.

A criação desse regime internacional para governar o espaço marítimo representou uma das maiores conquistas da história da diplomacia.

Apostando no multilateralismo, fomos capazes de dirimir diferenças que pareciam insuperáveis.

Hoje, porém, paira sobre o oceano a ameaça do unilateralismo.

Não podemos permitir que ocorra com o mar o que aconteceu no comércio internacional, cujas regras foram erodidas a ponto de deixar a OMC inoperante.

Evitar que os oceanos se tornem palco de disputas geopolíticas é uma tarefa urgente para a construção da paz.

Canais, golfos e estreitos devem nos aproximar e não ser motivo de discórdia.

Coibir uma corrida predatória por minérios requer apoio à firme atuação da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, dirigida hoje pela cientista brasileira Letícia de Carvalho, a quem quero transmitir um abraço.

Interesses escusos impedem a criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul.

O Brasil está comprometido a ratificar o Tratado do Alto Mar ainda este ano, para assegurar a gestão transparente e compartilhada da biodiversidade além das fronteiras nacionais.

Senhoras e senhores,

Temos orgulho de ser uma nação oceânica.

O espaço marítimo brasileiro ocupa 5,7 milhões de quilômetros quadrados, área comparável à da Amazônia.

Por isso, o chamamos de Amazônia Azul.

A analogia entre a floresta e o mar não se limita à riqueza natural que ambos abrigam, nem ao patrimônio cultural dos povos que dependem e cuidam desses biomas.

As duas Amazônias sofrem o impacto da mudança do clima.

As florestas tropicais estão sendo empurradas para seu ponto de não retorno. O oceano está febril.

Em apenas um ano, a temperatura média do mar elevou-se quase o mesmo que nas quatro décadas anteriores.

A ciência comprova que a causa dessa enfermidade é o aquecimento global e o uso de combustíveis fósseis.

Nos últimos dez anos, o mundo produziu mais plásticos do que no século anterior.

Seus resíduos representam 80% de toda a poluição marinha.

Salvar esse bioma requer empenho renovado na implementação do ODS 14 e do Acordo de Paris.

O Brasil dará ênfase à conservação e ao uso sustentável do oceano na COP-30, assim como fizemos em nossa Contribuição Nacionalmente Determinada.

Abordaremos o tema em outros foros, como a Cúpula Brasil-Caribe, daqui a alguns dias, e a Nona Reunião da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul, que sediaremos em 2026.

Aqui em Nice, apresentamos sete compromissos voluntários, relacionados à proteção de áreas marinhas, ao planejamento espacial marítimo, à pesca sustentável, à ciência e à educação.

Além de zerar o desmatamento até 2030, vamos ampliar de 26% para 30% a cobertura de nossas áreas marinhas protegidas, cumprindo a meta do Marco Global para a Biodiversidade.

Também implementaremos programas dedicados à preservação dos manguezais e dos recifes de corais e estamos formulando uma estratégia nacional contra a poluição por plásticos no oceano.

Nosso esforço inédito de planejamento espacial marinho vai permitir o aproveitamento equilibrado do oceano, levando em conta os impactos ambientais e os serviços ecossistêmicos prestados.

Estamos estimulando a pesca sustentável e combatendo ilícitos que ameaçam essa importante atividade para a segurança alimentar do nosso povo.

Vamos fortalecer a coleta de dados científicos por meio de um Sistema Integrado de Monitoramento e seguir investindo em pesquisa por meio da Estação Comandante Ferraz na Antártida.

Com apoio da UNESCO, o Brasil foi o primeiro país a incluir a cultura oceânica nos programas escolares e continuará qualificando professores para o ensino do Currículo Azul.

Em 2025, teremos o maior número de Escolas Azuis no mundo, reunindo 515 estabelecimentos de ensino, 160 mil estudantes e 2.600 professores.

Há dez anos, Paris se tornou um marco para a governança climática. Hoje, Nice a a integrar o caminho até Belém.

Com a ONU, o Brasil vai lançar um “Balanço Ético Global”, para mobilizar pensadores, artistas, intelectuais e religiosos, juventudes, mulheres, povos indígenas, comunidades tradicionais e afrodescendentes, rumo à COP30.

Precisamos formar uma grande onda para construir um futuro mais justo e sustentável.

Meus amigos e minhas amigas,

eu quero terminar, primeiro, dizendo ao nosso secretário-geral, o nosso amigo Guterres, que é muito importante que na COP 30 nós tomemos três decisões importantes.

Primeiro, a decisão de convencer os chefes de Estado desse mundo de que a questão climática não é invenção de cientistas nem é brincadeira de gente da ONU. A questão climática é uma necessidade vital de preservação do nosso ambiente e que a gente vai ter de tomar uma decisão.

Primeiro, se acredita ou não. Se acredita, nós vamos ter de decidir que não existe outro espaço para a gente viver, é no Planeta Terra.

Segundo: que a questão climática pode dizimar a humanidade. É preciso saber se acredita.

Terceiro: nós temos que dizer aos chefes de Estado que precisamos começar a investir na educação no Ensino Fundamental na questão do clima, porque depois dos 18 anos nós temos que fazer placas dizendo que é proibido fazer isso, é proibido fazer aquilo, para jovens rebeldes que não querem obedecer.

Fica mais barato, muito mais fácil, a gente começar a apostar que a questão do planeta será cuidada quando a gente mudar o nosso currículo escolar e colocar a questão climática para que as crianças aprendam da creche até a universidade que elas precisam cuidar do ambiente em que eles vivem.

Muito obrigado e quero terminar convidando a todos vocês para em novembro estarem no Brasil, na Amazônia.

Quem quer conhecer a Amazônia, quem defende tanto a Amazônia precisa ir na Amazônia para ver a nossa COP30. Para as pessoas saberem que embaixo de cada copa de árvore que a gente quer preservar tem uma criança, tem um indígena, tem um pescador, tem um seringueiro, tem um extrativista, tem um ser humano.

E por isso os países ricos precisam pagar a sua dívida com o contencioso de emissão de gases de efeito estufa.

Um abraço e até o Brasil, se Deus quiser.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os os a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comIgor Gadelha

Você quer ficar por dentro da coluna Igor Gadelha e receber notificações em tempo real?