Tati Machado fala pela 1ª vez sobre a perda de Rael: “Ferida acesa”
A apresentadora da TV Globo usou o Instagram, nesta segunda-feira (2/6), para desabafar sobre a perda do primeiro filho, há quase um mês
atualizado
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Quase um mês após perder o primeiro filho, que se chamaria Rael, na reta final da gravidez, Tati Machado apareceu nas redes sociais e falou sobre o caso. Nesta segunda-feira (2/6), ela fez um longo desabafo no Instagram.
“Levo no coração uma ferida acesa, daquelas inexplicáveis mesmo. Com ela trago perguntas, muitas por sinal. E de resposta: o silêncio. O mistério da vida. E eu, que sempre estive no controle, me perco, me descontrolo. E agora a única certeza que tenho é que jamais serei a mesma. Tudo dói, tudo! Dói pra respirar e dói pra viver. Eu acordo e tudo de novo. Isso quando durmo”, afirmou.
A felicidade da gestação
Ainda na postagem, a jornalista recordou como se sentiu ao descobrir que seria mãe: “Eu nunca tinha experimentado uma felicidade tão grande e olha que eu sou daquelas que todo mundo fala: ‘Essa daí é feliz’. Mas acreditem, eu nunca tinha sido tão feliz na vida. Eu tava pronta! Só que ao invés da plenitude fui afrontada com a maior tristeza que também já senti, daquelas que vem do fundo da alma”, definiu.
E continuou seu relato: “Por ora me restaram os planos, os sonhos, as expectativas somadas numa vida inteira. Quem me acompanha sabe que Rael já existia antes de nascer. É doído demais pensar que nosso primeiro encontro foi também a nossa despedida”, declarou, antes de completar:
“Mas foi o primeiro encontro mais cheio de amor que eu poderia desejar naquele momento. Eu e Bruno formamos mesmo a melhor dupla do mundo. E eu só fiz confirmar nas horas de trabalho de parto em que a gente, de mãos dadas, entre uma contração e outra, se olhava e dizia que conseguiríamos juntos ressignificar aquilo tudo. E conseguimos”, garantiu.
O rostinho do bebê
Durante o desabafo, a apresentadora da TV Globo falou sobre o rostinho do filho: “Rael era a melhor mistura de Tati e Bruno. A mistura do nosso amor que, durante os últimos oito meses, só fez crescer. Ele nasceu perfeito, grandão que nem o pai, como já esperávamos. Só não vou poder saber se o meu maior desejo se realizaria. A cara do pai, mas com a personalidade da mamãe. Me resta seguir sonhando como a sonhadora que sempre fui. Mas como que sonha diante do pesadelo de perder um filho">
E seguiu com o relato: “A gente volta pra casa no vazio. O GPS ainda guarda no histórico o endereço da obstetra, do laboratório… A música que toca na playlist é a que sempre nos acompanhava. As roupas no varal são aquelas mais confortáveis, afinal, nada cabia mais. Na cama, o travesseiro de grávida. No banheiro, o creme que fazia parte do ritual pós banho. As vitaminas, as roupinhas pra lavar, o quarto pra arrumar, o cheirinho de bebê que já tinha dominado tudo… Tava tudo lá”, observou.
Seguindo com a vida
Já nos comentários, Tati Machado continuou fazendo perguntas: “E como que vive depois disso? É a sensação de vazio extremo, que também é físico, visceral. Cadê nossos momentos na madrugada, que viravam quase uma rave? Cadê os beijinhos diários do papai na barriga? É um corte seco da vida. E essa tal da vida… que continua”, disse.
Logo depois, ela falou sobre a tristeza: “E entre lágrimas, que agora nem precisam mais pedir licença, eu prometo pelo meu filho que vou honrá-lo em cada dia que eu respirar. Esse amor surreal nasceu antes do primeiro choro e vai viver mesmo depois do seu último suspiro. E a maternidade que conquistei jamais sairá do meu coração. E eu repito isso incansáveis vezes por dia para lembrar que eu sou mãe, pra ressignificar o tempo tão curto que estivemos juntos, mas tempo transformador”, definiu.
Agradecimento
Na publicação, Tati também aproveitou agradecer o apoio que ela e o marido receberam: “Na intenção de seguir vivendo que eu agradeço em meu nome e do mozão. Vimos toda corrente de amor que vocês emanaram pra gente, vimos muitas mensagens, até mesmo das pessoas que me escrevem dizendo ter certeza que eu jamais lerei. Eu li. Eu tô lendo. Vi relatos de pais que estão vivendo o mesmo que nós, vi pessoas de madrugada mandando que não paravam de pensar na gente, nos incluindo, inclusive, em suas orações. Agradeço demais, isso nos fortalece. Isso dá sentido”, escreveu.
E finalizou: “Quero que nosso luto vire luta. Quero, de verdade, poder ajudar quem a por isso em silêncio, eu agora sabemos o quanto é cruel. Tenho ainda muito pra lhes dizer. Aos poucos vamos juntando nossos caquinhos. Por ele! Pelo nosso real amor, Rael. Obrigada, Tati e Bruno”, encerrou.