Maria Zilda detona a TV Globo e fala em “apropriação indevida”
A atriz Maria Zilda, que deixou a Globo em 2016, explicou porque decidiu entrar na Justiça contra o canal: “Se apossou dos meus sucessos”
atualizado
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A atriz Maria Zilda trava uma briga judicial contra a TV Globo e explicou porque decidiu processar a antiga empregadora. Na ação movida contra a emissora, a famosa pede que sejam revistos os valores que ela recebe pelas reprises exibidas no canal. Ela acusa a Globo de “apropriação indevida” e diz que a Justiça olhe com mais atenção para o caso do direito de imagem.
O último trabalho de Maria Zilda na Globo foi Eta Mundo Bom, em 2016. Antes, ela esteve em sucessos como Bebê a Bordo (1988), Vamp (1991) e Por Amor (1997). Em entrevista ao F5, a atriz disse que decidiu mover a ação contra a Globo quando descobriu que a emissora colocaria novelas para o ir em sua plataforma de streaming.
“Exploradas”
“Decidi entrar com o processo quando percebi que, ao longo dos anos, as obras que ajudei a construir —com minha interpretação, meu corpo, minha voz— estavam sendo reexibidas, comercializadas e exploradas sem que eu sequer soubesse como, onde e quanto”, disse a artista.
Segundo ela, os contratos entre atores e emissoras, que já preveem reprises, precisam ser revistos. “Não existia streaming nem TV paga nos moldes atuais. Não havia cláusulas prevendo que uma novela estaria disponível para consumo ilimitado, on demand, por milhões de pessoas, a qualquer hora, para sempre”, comentou Maria Zilda.
“Dignidade”
“O que a Globo faz é se apoiar na força dos contratos para perpetuar uma lógica de apropriação indevida: ela se apossou dos meus sucessos antigos e segue lucrando com eles”, atacou a atriz. “Tenho certeza de que estou certa: lutar pela minha dignidade, pelos meus direitos, por respeito e pela história de 40 anos de trabalho árduo, legado que deixarei para meus filhos”, completou.
Maria Zilda entrou na Justiça contra a Globo em outubro de 2024. A emissora venceu na primeira instância, mas cabe recurso. A atriz, porém, afirma que espera que sua ação não seja um movimento isolado e ajude a criar um entendimento que contratos e toda a questão dos direitos de imagem precisem ser revistos no país.
“Esse é um dos maiores motores da minha ação: contribuir para consolidar um entendimento jurídico que proteja os artistas diante desse novo cenário tecnológico e comercial. Não estou lutando só pelo que me é devido, mas para que as próximas gerações de artistas não sejam tratadas como meros fornecedores de material bruto para exploração ilimitada”, reforçou.