Leo Lins detona juíza que o condenou à prisão: “Limitação cognitiva”
Leo Lins usou o canal dele no YouTube para comentar sobre a condenação por falas criminosas em espetáculo de 2022
atualizado
Compartilhar notícia

Leo Lins usou uma live no YouTube para falar pela primeira vez sobre a condenação a oito anos de prisão por piadas consideradas criminosas. “Humorista interpreta no palco uma persona cômica”, argumentou.
“Uma análise literal do texto não se aplica ao cômico”, completou o comediante, alegando que, quem falava não era o personagem Leo Lins, mas sim Leonardo de Lima Borges Lins, seu nome de batismo.
Assista:
Diante dos mais de 25 mil espectadores da live, Leo criticou a decisão da juíza responsável pela sentença. Ele leu um trecho do texto em que ela afirma: “Apesar de haver texto, edição, cenário, figurino e estar em um palco, parece-nos não se tratar de um personagem, mas sim da pessoa a proferir discursos.”
“Eu te mostro a cabeça de um jacaré, o corpo de um jacaré e o rabo de um jacaré. Te pergunto que animal é esse e você responde é um camelo. Aí não adianta mais argumentar. Não importa o que eu fale o que eu mostre, você já tomou a sua decisão”, comentou o comediante.
Ele também destacou o trecho em que a magistrada argumenta que por mais que o espetáculo tenha sido no teatro, ele acabou indo para o YouTube. “Então, a partir de agora, se eu assistir um filme de romance, eu posso processar os atores do filme por atentado ao pudor. Porque a cena romântica entre os casal não aconteceu mais no estúdio do cinema, mas na sala da minha casa”, afirmou Lins.
“Isso é de uma limitação cognitiva grave e preocupante”, comentou o comediante. Segundo ele, a juíza argumenta que, “mesmo sendo um personagem, há crime”.
“Agora dá para prender atriz que faz a vilã da novela, o ator que faz o vilão no filme, na série”, deduziu Léo, que diz esperar que a classe artística e a sociedade como um todo entenda a “gravidade” da sentença.
O humorista ainda comentou sobre a possibilidade de suas piadas incentivarem pessoas a cometerem crimes. “Eu não tenho como afirmar, mas se a pessoa fizer isso, que ela responda pelo crime que ela cometeu. Eu não posso jogar Street Fighter, agredir alguém e colocar a culpa no japonês que fez o jogo. Fazer isso e proibir o jogo vai proibir milhões de pessoas de se divertirem por causa de um idiota. E é isso que nós estamos fazendo: nivelando a sociedade pelo idiota”.