Moraes diz que Zambelli reproduz modus operandi de Eduardo Bolsonaro
Moraes citou filho do ex-presidente Jair Bolsonaro na decisão que determinou a prisão da deputada Carla Zambelli, que deixou o país
atualizado
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Na ordem que determinou a prisão de Carla Zambelli (PL-SP), nesta quarta-feira (4/6), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou que a parlamentar afastada reproduz o mesmo modus operandi de Eduardo Bolsonaro. Ela deixou o Brasil após ser condenada a 10 anos de prisão e anunciou que voltaria a atacar a lisura das eleições de 2022, mesmo sem provas.
“A ré condenada afirmou, ainda, que adotará o mesmo modus operandi utilizado pelo deputado federal Eduardo Nantes Bolsonaro, investigado nesta Suprema Corte pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, diz um trecho da decisão assinada por Moraes.
A parlamentar disse que ficaria na Europa para “denunciar a ditadura” no Brasil, seguindo os os de Eduardo Bolsonaro (SP) nos Estados Unidos.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro está desde fevereiro no país norte-americano, articulando com o governo Donald Trump medidas de retaliação contra ministros do STF por causa do inquérito sobre golpe de Estado, do qual o mandatário é alvo.
“O caminho nos Estados Unidos já está asfaltado [pelo Eduardo Bolsonaro e pelo Paulo Figueiredo]. É justamente por isso que estou escolhendo a Europa. Lá a gente precisa de alguém que fale espanhol para conversar na Espanha, português para falar em Portugal, inglês para conversar com a Inglaterra. Eu tenho um italiano ainda não tão bom, mas vou desenvolver meu italiano. Quero estar nos principais lugares, falar com o povo francês. Em cada lugar temos pessoas que podem lutar por nós”, disse Zambelli em outro trecho destacado por Moraes.
Deputada federal eleita em 2018 e reeleita em 2022 pelo PL em São Paulo, Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão por causa da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ainda cabe recurso. Dessa forma, a parlamentar manteve seu aporte e estava habilitada a viajar para fora do país.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), ela teria orientado o hacker Walter Delgatti Neto na ação, que envolveu a inserção de documentos falsos no sistema da Corte. Na ocasião, um mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes foi incluso no banco de dados.
Além disso, há também outro processo contra Zambelli, por por porte ilegal de armas e constrangimento ilegal. O caso versa sobre a perseguição armada a um homem na véspera da eleição de 2022. A parlamentar disse ter sido provocada.