Defesa de Bolsonaro pede suspensão de processo da trama golpista
Advogados de Bolsonaro pediram que ele seja ouvido em interrogatório no Supremo somente após todas as testemunhas dos núcleos serem ouvidas
atualizado
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Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ingressaram, na noite desta quinta-feira (5/6), com um pedido de suspensão do processo que investiga uma suposta trama golpista.
A defesa aponta dois principais argumentos: a falta de o integral às provas e a necessidade de que Bolsonaro só seja interrogado após o depoimento das testemunhas dos demais núcleos denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os advogados afirmam que, apesar de decisão do ministro Alexandre de Moraes determinando o o integral ao material da investigação, a defesa recebeu apenas links com milhares de gigabytes de dados — parte dos quais ainda não foi disponibilizada pela Polícia Federal (PF).
Outro ponto destacado é que Bolsonaro não pode ser interrogado antes que todas as testemunhas dos outros núcleos sejam ouvidas, já que tratam de fatos diretamente relacionados ao ex-presidente. A defesa também pediu que possa participar das audiências para inquirir as testemunhas.
“Assim, não é possível seguir com o início dos interrogatórios sem que seja franqueado para a defesa o o integral às provas: um direito básico cujo atendimento deveria ter corrido imediatamente após a formalização da acusação, mas que até hoje não se observou”, escreveram os advogados.
A defesa prosseguiu na alegação, com o argumento de que a ampla defesa e o exercício do contraditório estão comprometidos:
“Em síntese, se o exercício do contraditório e da ampla defesa pressupõe o prévio conhecimento, não se pode submeter o Peticionário a interrogatório antes de que lhe seja dado conhecimento da prova coletada no curso das investigações (até o momento não fornecida de modo integral, como se comprovou acima) e da prova produzida sob a bilateralidade da audiência, que deve contar com a efetiva participação da defesa”, prosseguiram.